Extifal

EDUCAÇÃO, TECNOLOGIA E SUSTENTABILIDADE

Kleyfton Soares da Silva — 2025-11-07

Seguimos com o segundo número de 2025 da Revista de Extensão do Instituto Federal de Alagoas – EXTIFAL, cujo tema “Educação, tecnologia e sustentabilidade: experiências que inspiram novas práticas” reuniu um conjunto de quinze trabalhos que expressam toda a riqueza e a diversidade das ações extensionistas desenvolvidas não só no âmbito do IFAL mas também de instituições de ensino superior de todo o país, com uma contribuição expressiva de relatos externos.

AQUILOMBAR CIÊNCIA E CULTURA

Danielle Barbosa Bezerra — 2025-11-07

Este relato de experiência extensionista retrata o projeto Aquilombar Ciência e Cultura em Muquém e Mameluco, realizado entre março e novembro de 2024. Fruto de uma colaboração entre o Instituto Federal de Alagoas (Ifal), a Universidade Federal de Alagoas (Ufal), e com apoio da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), a iniciativa foi concebida sob os princípios da pesquisa-ação. Seu objetivo central foi estabelecer um diálogo descolonizador entre o conhecimento científico e os saberes tradicionais das comunidades quilombolas de Muquém (União dos Palmares) e Mameluco (Taquarana), em Alagoas. O foco deste relato é a oficina "Produção cultural quilombola: identidade, saberes tradicionais e comunidade", que foi conduzida por docentes do Ifal e professoras quilombolas da rede municipal. A metodologia destacou a transmissão de conhecimento através de práticas culturais e artesanais, exemplificadas pela produção de cerâmica em Muquém e o preparo do Café de Andu em Mameluco. O projeto atingiu um impacto significativo, mobilizando um total de 529 pessoas, sendo 482 estudantes e 47 membros das comunidades. Especificamente, a oficina focalizada envolveu 45 estudantes do Ensino Fundamental, juntamente com docentes e servidores. O resultado superou a meta inicial, confirmando a relevância e o grande interesse da proposta para as comunidades. A iniciativa, que promoveu um intercâmbio transformador de saberes, obteve reconhecimento institucional com o 1º lugar no Prêmio Destaque Extensionista 2024 da UFAL, validando seu sucesso na articulação entre ciência, identidade cultural e justiça social.

AÇÕES EXTENSIONISTAS PARA O ENSINO DE C E PYTHON NO ENSINO MÉDIO PÚBLICO

Vinicios Rafael Soares dos Santos Carlos — 2025-11-07

Este relato de experiência apresenta uma ação extensionista desenvolvida pelo Instituto Federal de Alagoas – Campus Arapiraca, voltada à iniciação à programação nas linguagens C e Python para estudantes do ensino médio da rede pública estadual. A proposta surgiu diante da necessidade de ampliar o acesso ao conhecimento tecnológico e contribuir para a inclusão digital de jovens em regiões onde o ensino de computação é necessário. O projeto foi desenvolvido em parceria com escolas públicas, e as atividades ocorreram nos laboratórios de informática do IFAL, com apoio de bolsistas extensionistas. O curso foi estruturado em módulos teórico-práticos, com foco em lógica de programação, estruturas básicas e resolução de problemas. As metodologias ativas, com destaque para o learning by doing, nortearam o processo de ensino-aprendizagem. Durante o projeto, também foram realizadas visitas às escolas para divulgação da ação e uma visita guiada ao laboratório de pesquisa e robótica da instituição, promovendo maior aproximação dos participantes com o ambiente acadêmico. Os resultados evidenciaram a evolução técnica dos alunos, o aumento do interesse pela área da tecnologia e o fortalecimento do vínculo entre instituição e comunidade. A ação reafirma os princípios da extensão universitária ao articular ensino, pesquisa e extensão em diálogo com a realidade local, promovendo formação cidadã e qualificação técnica de jovens em situação de vulnerabilidade digital.

MORTE E EDUCAÇÃO

Gabrielle Soares Magalhães — 2025-11-07

O material didático Itinerário Fúnebre: influências do Bem Morrer Medieval no Recôncavo Baiano foi desenvolvido no âmbito do Projeto de Extensão Portugal medieval e a América portuguesa: permanências e adaptações das crenças e práticas relativas ao bem morrer, coordenado pela professora Dra. Tânia Maria Pinto de Santana, no curso de Licenciatura em História, do Centro de Artes Humanidades e Letras, da Universidade Federal do Recôncavo da Bahia (UFRB), desenvolvido entre julho de 2024 e julho de 2025. Esse material destina-se ao Ensino Fundamental II e Ensino Médio. Sua elaboração ocorreu numa primeira etapa do projeto, no âmbito da disciplina Laboratório de ensino de História Antiga e Medieval, sendo suas autoras as discentes, integrantes do projeto de extensão, a autora desse artigo, juntamente com Tainá Adriana dos Santos. Ele foi um dos materiais didáticos produzido no âmbito do projeto de extensão. A ação extensionista buscou problematizar a morte enquanto fenômeno cultural e histórico, explorando o conceito de “bem morrer” medieval e suas permanências no Recôncavo Baiano. O material didático Itinerário fúnebre, estruturado como revista didática, abordou desde os manuais de preparação para a morte até os ritos de sepultamento, cortejos e representações pós-morte, articulando fontes primárias, iconografia funerária e referências culturais contemporâneas. A metodologia priorizou linguagem acessível, atividades interativas e oficinas aplicadas em escolas, favorecendo diálogo entre teoria e prática, ensino e extensão. Os resultados evidenciaram permanências de práticas medievais em rituais contemporâneos, como missas pagas, crença na intercessão dos mortos e a importância simbólica do local de sepultamento, além de destacar a economia da morte como espaço de poder e crítica social. A produção desse material didático contribuiu para o desenvolvimento do pensamento crítico dos discentes que o desenvolveram, revelando a relevância social de tratar a morte de forma educativa, crítica e sensível.

DESENVOLVIMENTO DE TECNOLOGIAS SOCIAIS NO IFBA

Alisson Lima — 2025-11-07

Este relato apresenta a integração entre ensino, pesquisa e extensão no Instituto Federal da Bahia (IFBA), por meio do projeto de Extensão Popular Tecnológica TEIAS e da disciplina “Projeto Social”, desenvolvidos em parceria com a comunidade quilombola do Dandá, localizada no município de Simões Filho-BA. A ação teve como objetivo principal o desenvolvimento de uma máquina de ralar mandioca voltada ao aumento da sustentabilidade produtiva da Casa de Farinha, principal arranjo produtivo da comunidade. O processo envolveu visitas de campo com diagnóstico participativo, troca de saberes com a comunidade, escuta ativa aos mestres quilombolas, identificação de gargalos produtivos, formas de preservação da cultura tradicional e aplicação de soluções técnico-pedagógicas em diálogo com os saberes populares. A construção do equipamento considerou critérios de segurança, portabilidade, adequação sanitária, ergonomia e respeito aos modos de vida quilombolas, utilizando materiais acessíveis e técnicas como soldagem de chapas metálicas e montagem mecânica. As atividades foram realizadas nos laboratórios do IFBA, com a participação de estudantes dos cursos de Engenharia Mecânica, Técnico em Metalurgia, Eletromecânica e Mecânica, além de voluntários e moradores da comunidade quilombola. A experiência tem gerado benefícios concretos à produção local e, simultaneamente, promoveu a formação cidadã dos discentes, a pesquisa aplicada com inclusão social e a valorização da extensão popular como prática transformadora no IFBA. O projeto evidencia o papel dos Institutos Federais no fortalecimento do desenvolvimento sustentável ao promoverem ações que articulam ciência, tecnologia e diálogo de saberes com comunidades tradicionais na Bahia.

POLO DE PORTAS ABERTAS

Alverlan da Silva Araújo — 2025-11-07

O projeto de extensão “Polo de Portas Abertas: inovação ao alcance da comunidade” teve como objetivo fortalecer a agricultura familiar em Alagoas, promovendo a interação entre comunidade acadêmica, estudantes da educação básica e produtores rurais. Reconhecendo a relevância da agricultura familiar para a segurança alimentar, a sustentabilidade e o desenvolvimento regional, a iniciativa alinhou-se a diversos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), especialmente o ODS 2 (Fome Zero e Agricultura Sustentável) e o ODS 10 (Redução das Desigualdades). A ação ocorreu no Polo Tecnológico Agroalimentar de Arapiraca e contou com agricultores familiares e estudantes de escolas públicas. A metodologia envolveu entrevistas semiestruturadas para traçar o perfil dos participantes, seguidas de atividades educativas teóricas e práticas, incluindo oficinas temáticas, visitas guiadas a laboratórios e um dia de campo. A avaliação considerou a percepção dos visitantes quanto ao conhecimento adquirido, sua aplicabilidade e relevância profissional. Participaram cerca de 120 pessoas de seis municípios alagoanos de diferentes mesorregiões. Do Agreste, estiveram presentes estudantes de Limoeiro de Anadia, Arapiraca e São Sebastião; do Baixo São Francisco, alunos do ensino técnico de Penedo; e do Sertão, agricultores convencionais e orgânicos de Poço das Trincheiras e Santana do Ipanema. As atividades promoveram intensa troca de saberes entre visitantes e equipe técnica, resultando em relatos de aprendizado significativo, maior interesse por tecnologias sustentáveis e reconhecimento do papel da ciência no cotidiano rural. O projeto evidenciou a relevância da extensão universitária como elo entre saber acadêmico e conhecimentos populares, valorizando a agricultura familiar e reforçando a importância da universidade no desenvolvimento do campo e na formação cidadã.

ENGLISHUP

Emiliano Torquato Junior — 2025-11-07

Em vista da dificuldade apresentada na aprendizagem da língua inglesa nas escolas, o projeto de extensão: EnglishUp: Integrando Tecnologia no Aprendizado, buscou findar esta dificuldade, fazendo o uso do aplicativo que foi desenvolvido. Nele, os alunos puderam acessar os conteúdos e exercícios práticos de forma livre e didática. O aplicativo contém uma interface divertida e colorida para chamar a atenção das crianças e não ser entediante, desse jeito as crianças puderam ter mais interesse na hora de estudar. Vale ressaltar que os professores também conseguiram fazer o uso do aplicativo para o ensino da língua inglesa. A série didática delineada neste projeto de extensão foi de aulas práticas, também, voltadas para o Ensino Fundamental II, em específico para a série de 6° ano, no Complexo Deputado José Medeiros, na cidade de Girau do Ponciano. Dessa forma, o objetivo deste artigo é fazer um relato da experiência vivenciada com os alunos durante a execução do projeto. Para isso utilizamos-nos dos ensinamentos teóricos, tais quais: Aragão (2019); Ferreira (2018); Paiva (2019); UNICEP (2024), entre outros.

IMPLANTAÇÃO DE POMAR DE PITAYA COMO ESTRATÉGIA EXTENSIONISTA DE INCLUSÃO SOCIAL E SUSTENTABILIDADE NO SEMIÁRIDO ALAGOANO

Maria Gilberlândia Ferreira Ferro — 2025-11-07

Este relato de experiência descreve o projeto de extensão, desenvolvido pelo Instituto Federal de Alagoas (Ifal), com foco na inclusão social e no fortalecimento de práticas agrícolas sustentáveis no semiárido alagoano. A iniciativa associou o cultivo da pitaya (Hylocereus costaricensis) à promoção da saúde mental, por meio da participação ativa dos usuários do Centro de Atenção Psicossocial Álcool e Outras Drogas (CAPS AD) em atividades educativas e práticas. Foi realizado um levantamento bibliográfico e elaboração de materiais didáticos sobre o cultivo da pitaya em condições semiáridas. Posteriormente, foram realizadas palestras e oficinas sobre produção de mudas, preparo do solo, instalação de tutores, plantio, irrigação, adubação orgânica e manutenção da cultura. As ações envolveram diretamente pacientes e funcionários do CAPS AD, alunos do Ifal e agricultores da região, favorecendo a troca de saberes e a capacitação técnica. No total, foram produzidas 60 mudas de pitaya, das quais 30 foram entregues a agricultores locais, além da implantação de um pomar em área de 90 m². As oficinas contaram com 20 usuários do CAPS AD e as palestras reuniram cerca de 30 participantes. Observou-se a ampliação do conhecimento da comunidade sobre a cultura da pitaya, desenvolvimento de habilidades práticas, fortalecimento da autoestima e incentivo à autonomia dos usuários. Durante a execução, enfrentaram-se desafios relacionados à obtenção de materiais para tutores, inicialmente planejados em concreto, mas adaptados para madeira e pneus reaproveitados. Apesar das dificuldades, o projeto consolidou-se como relevante ação de extensão e inclusão social, evidenciando o papel do Ifal na integração entre educação, saúde e desenvolvimento local.

DO LÚDICO AO LÓGICO

José Bruno da Silva Santos — 2025-11-07

Este artigo detalha a experiência do projeto de extensão "Robótica Educacional e Internet das Coisas como Ferramentas de Transformação Social", uma iniciativa contínua desenvolvida pelo Instituto Federal de Alagoas (IFAL), Campus Arapiraca, entre 2022 e 2024. Financiado por editais da Setec/MEC e da PROEX IFAL, o projeto teve como objetivo principal a transformação social por meio da educação tecnológica, buscando combater a baixa proficiência em áreas de exatas e estimular o interesse por carreiras em Ciência, Tecnologia, Engenharia, Artes e Matemática (STEAM). A ação atendeu um total de 836 estudantes dos oitavos e nonos anos de escolas públicas, com um foco estratégico em incentivar o ingresso de meninas nas áreas de Ciências Exatas. Por meio de cursos livres de 20 horas, buscou-se despertar o raciocínio lógico, a criatividade e a autonomia dos alunos. A metodologia empregou abordagens ativas, como a cultura maker e a aprendizagem baseada em projetos, utilizando plataformas de baixo custo como Arduino além de incluir visitas aos laboratórios do campus. Além da formação dos jovens, o projeto capacitou professores da rede pública para atuarem como multiplicadores, fortalecendo a articulação entre as redes de ensino. Os resultados foram expressivos: além dos estudantes certificados, o projeto alcançou uma notável participação feminina (cerca de 50,36%), além de publicações acadêmicas. Por uma opção metodológica e ética, os percentuais de satisfação são apresentados apenas como indicadores descritivos de percepção dos participantes e não constituem análise estatística formal. Depoimentos de educadores confirmam a melhora na motivação e autoconfiança dos alunos, que passaram a vislumbrar o ingresso no ensino técnico e superior, reforçando o papel da educação como um poderoso agente de transformação socioeconômica.

EDUCAÇÃO EM SAÚDE COM CRIANÇAS

Marina Arita Falha — 2025-11-07

O programa de extensão universitária SensibilizArte: Humanizar através da arte, composto por estudantes de Medicina e Enfermagem, visa à humanização em saúde por meio de atividades artísticas, como música, artesanato, contação de histórias e palhaço. Em parceria com a Liga de Pediatria, foi desenvolvida uma atividade educativa lúdica sobre higienização das mãos, realizada com crianças de 7 a 8 anos em uma ONG de contraturno escolar no interior paulista. Este relato de experiência descreve as etapas da atividade, os métodos utilizados e as percepções dos participantes, evidenciando a relevância da extensão universitária na promoção da saúde. A metodologia envolveu cartazes ilustrativos e imagens relacionadas à temática, promovendo uma conversa interativa sobre os momentos ideais e as técnicas corretas de lavagem das mãos. As crianças colaram as imagens em um cartaz coletivo, favorecendo o engajamento. Em seguida, foi realizada uma prática orientada de lavagem das mãos em pequenos grupos. A ação finalizou-se com a música “Lavar as Mãos”, do grupo Palavra Cantada, promovendo leveza e fixação do conteúdo. Apesar da timidez inicial, as crianças participaram ativamente e demonstraram compreensão do tema. O retorno posterior dos responsáveis pela ONG confirmou a efetividade da atividade, relatando mudanças no comportamento das crianças. Para os estudantes, a experiência possibilitou a aplicação prática de conhecimentos teóricos e o reconhecimento do impacto da educação em saúde. A atividade reforça a importância da promoção da saúde na infância e o papel transformador dos programas de extensão e ligas acadêmicas, especialmente quando aliados à arte e à ludicidade.

PROJETO DE EXTENSÃO E EDUCAÇÃO PARA AS QUESTÕES ÉTNICO-RACIAIS - SARAU SEM FRONTEIRAS

Manoela Vieira Neutzling — 2025-11-07

O presente trabalho apresenta o Projeto de Extensão Sarau sem fronteiras: contrabandeando cultura, promovido pelo Núcleo de Cultura e pelo Núcleo de Estudos Afro-brasileiros e Indígenas (NEABI) do Campus de Santana do Livramento do Instituto Federal Sul-rio-grandense. O Projeto, realizado em 2021, ocorreu de modo híbrido, com atividades online e presenciais, destinada à comunidade escolar da fronteira entre o Brasil e o Uruguai e teve como objetivo proporcionar um espaço de expressão cultural que valorizasse a cultura afro-brasileira no contexto fronteiriço. O Projeto foi desenvolvido por servidores(as) (professores/as e técnico-administrativo) vinculados aos núcleos mencionados. A programação foi construída de modo conjunto pelos membros da equipe e das escolas parceiras enfatizou a contribuição da cultura afro-brasileira no contexto da fronteira e promoveu um diálogo com outras culturas também presentes na região. O caráter extensionista foi promovido através do diálogo com os(as) estudantes e a comunidade local, desde o planejamento das atividades. Dentre os resultados obtidos com a realização da iniciativa, cita-se a oferta de um espaço aos estudantes para que pudessem se expressar culturalmente, especialmente por meio das artes visuais através da realização de desenhos e cartazes sobre o racismo e a importância de refletir sobre as relações étnico-raciais. Por meio da realização das ações foi possível oportunizar experiências educacionais de valorização da diversidade étnico-cultural no contexto fronteiriço e fomentar o diálogo e a interação entre os estudantes de diferentes contextos e trajetórias socioculturais que participaram das atividades propostas.

PROJETO AUTONOMIA E ESCOLHAS PROFISSIONAIS

Arthur Henrique de Andrade — 2025-11-07

O projeto de extensão "Autonomia e Escolhas Profissionais" teve como objetivo promover diálogo e reflexão sobre o contexto estudantil e as escolhas profissionais, além de refletir sobre o projeto de vida dos estudantes do ensino médio. Dentre os objetivos específicos, destacaram-se: apresentar métodos e organização de estudo; estimular a identificação de habilidades e valores pessoais; oferecer informações sobre campos de atuação profissionais e refletir sobre expectativas de vida e tomadas de decisão. O estágio desenvolveu-se em seis encontros presenciais, que abordaram desde o autoconhecimento até orientações práticas para organização dos estudos e escolhas profissionais. As atividades incluíram dinâmicas grupais, aplicação dos testes QUATI (Questionário de Avaliação Tipológica) e EMEP (Escala de Maturidade para a Escolha Profissional), rodas de conversa e atividades. Os encontros permitiram aos estudantes ampliarem a compreensão sobre si mesmos, identificar potencialidades e desenvolver clareza em relação às suas decisões acadêmicas e profissionais. Entre os impactos sociais observados, destacam-se o fortalecimento da autonomia dos jovens, a valorização de suas trajetórias individuais e o desenvolvimento de competências socioemocionais fundamentais para a transição à vida adulta. Percebeu-se mudança significativa no modo como os adolescentes passaram a enxergar e expressar suas escolhas, com mais segurança e consciência das possibilidades. O projeto configurou-se como importante ferramenta de orientação e apoio, contribuindo para a formação dos estudantes e para o acolhimento de angústias e indecisões neste período de vida. Além disso, proporcionou o intercâmbio entre teoria e extensão, troca de saberes com a população e o aspecto transformador da ação universitária à comunidade.

IMPACTOS DOS APLICATIVOS DE MOBILIDADE NO PLANEJAMENTO SUSTENTÁVEL EM SAQUAREMA

Humberto Luiz Rosa — 2025-11-07

Este relato de experiência extensionista apresenta uma ação desenvolvida no município de Saquarema (RJ), voltada à análise dos impactos dos aplicativos de mobilidade urbana sobre o desenvolvimento sustentável local. A iniciativa foi conduzida no âmbito de um projeto de extensão vinculado ao Instituto Federal, envolvendo diálogos com motoristas de aplicativo, gestores públicos e moradores. A abordagem adotada é qualitativa e interpretativa, fundamentada em referenciais teóricos consolidados e nas percepções dos participantes. A ação promoveu rodas de conversa e oficinas participativas, com vistas à construção coletiva de estratégias para o planejamento urbano. Os resultados evidenciam desafios regulatórios, impactos ambientais e transformações socioeconômicas, apontando para a necessidade de políticas públicas integradas e sustentáveis. O relato reforça o papel da extensão universitária na articulação entre saberes acadêmicos e experiências territoriais, contribuindo para a formação cidadã e o fortalecimento da tríade ensino–pesquisa–extensão.

MEDIAÇÃO CULTURAL PARA CRIANÇAS

Ana Carolina Guimarães dos Santos — 2025-11-07

Este relato de experiência apresenta a atividade de extensão realizada em 2024/2025 com crianças de duas escolas públicas municipais do município de Porto de Pedras que culminou na criação de elementos visuais para o projeto “A Menina do Lugar”, desenvolvido por docentes, discentes e colaboradores do grupo de pesquisa Desígnio, vinculado ao Curso Superior de Tecnologia em Design de Interiores do Campus Maceió. O objetivo deste projeto é elaborar um livro e jogos lúdicos para crianças, ambientados em Porto de Pedras (AL) e guiados pela perspectiva de uma personagem feminina. Para a elaboração do livro, foram realizadas atividades extensionistas de mediação cultural que serão abordadas nesse relato de experiência. O projeto de extensão seguiu seis etapas: definição do local; visitas a duas escolas, desenvolvendo atividades de mediação cultural com 40 crianças, entre 7 e 11 anos; desenvolvimento de personagens baseados nas narrativas infantis e referências citadas pelas crianças; elaboração do roteiro e das ilustrações; criação de jogos e atividades lúdicas; e, por fim, entrega do material produzido e realização de atividades lúdicas, prevista para o segundo semestre de 2025. Esta iniciativa conecta o cotidiano de crianças da rede pública aos símbolos que estruturam a memória coletiva de suas comunidades, tornando o patrimônio - material ou imaterial - mais acessível a partir da linguagem visual. O projeto reafirma o potencial do design como prática transdisciplinar, unindo educação, cultura e comunicação visual para fortalecer a identidade local, promover vínculos comunitários e incentivar o protagonismo infantil na valorização do patrimônio cultural.

QUANDO O FIO SE FAZ PALAVRA

Willian Canova dos Santos — 2025-11-07

O relato apresenta a experiência dos bolsistas no projeto de extensão Tecendo a Cidadania: Geração de Renda e Combate à Exclusão Social, desenvolvido na Universidade Estadual do Oeste do Paraná (UNIOESTE), campus Francisco Beltrão, com apoio da Fundação Araucária (F.A). Inserido na perspectiva da Educação para as Relações Étnico-Raciais (ERER), o projeto articulou práticas de bordado e literatura negra como linguagens de resistência, memória e (re)existência. A metodologia combinou pesquisa bibliográfica e documental, apoiando-se em autores como Bakhtin (1997), Oliveira (2002) e Certeau (1998), além de considerar os referenciais legais, como as Leis nº 10.639/2003 e 11.645/2008. Também foram analisados os desenhos e relatos produzidos no projeto, entendidos como formas de expressão e de construção de narrativas sobre as experiências vividas. As oficinas foram planejadas para estimular diálogo, criação artística e reflexão crítica, atendendo mulheres de diferentes idades, estudantes dos Anos Finais do Ensino Fundamental e participantes da Universidade Aberta à Terceira Idade (UNATI). Os bolsistas perceberam que o bordado e a literatura transformam percepções, fortalecem autonomia e empoderamento, promovendo o reconhecimento de trajetórias e saberes historicamente silenciados. A ação favoreceu a construção de memória, a valorização cultural e a formação de sujeitos críticos e engajados socialmente. Os resultados demonstram impactos na autonomia financeira e emocional das participantes, no desenvolvimento formativo dos bolsistas e na consolidação da extensão como espaço integrador entre ensino, pesquisa e ação comunitária. O relato evidencia que bordado, literatura, memória e diálogo constituem instrumentos educativos potentes, capazes de transformar experiências individuais e coletivas, promovendo cidadania, equidade e consciência crítica.

IFINANÇAS – ENTENDER, PLANEJAR, SUPERAR

Ivanildo Rocha Porto — 2025-11-07

A complexidade das demandas financeiras contemporâneas tem revelado uma lacuna na capacitação de indivíduos para a gestão consciente e responsável de seus recursos. Em muitos casos, as dificuldades financeiras não advêm da escassez de recursos, mas da ausência de letramento financeiro, planejamento e capacidade crítica para decisões econômicas. O projeto de extensão IFinanças Baiano: Entender, Planejar, Superar, desenvolvido no Instituto Federal Baiano – Campus Teixeira de Freitas, emerge como uma resposta a essa demanda, promovendo a integração entre ensino, extensão e os pilares de uma educação transformadora. Com uma abordagem multidisciplinar que articula Matemática Financeira, Administração, Psicologia, Direito e Comunicação, a iniciativa visa fomentar a autonomia econômica de estudantes e da comunidade local e regional. Essa articulação de saberes é justificada pela natureza multifacetada dos desafios econômicos cotidianos, que demandam domínio técnico, compreensão jurídica, análise comportamental, pensamento crítico e comunicação eficaz. Inspirado na perspectiva de Edgar Morin sobre a formação de “cabeças bem-feitas”, o projeto promove uma educação que integra técnica, consciência e transformação social. Entre as principais ações, destaca-se o minicurso “Da Educação Financeira ao Empreendedorismo Conservador: Pague um Dízimo Para Você”, realizado no V ENCONTEC – Teixeira Farm Show, que incluiu simulações práticas, o uso de calculadora HP 12C e debates sobre orçamento, investimentos, psicologia do consumo, riscos das apostas online e cidadania econômica. Conteúdos jurídicos, como a Lei do Superendividamento, foram abordados para ampliar a compreensão dos direitos financeiros como componente essencial da cidadania. A utilização de tecnologias digitais, exemplificada pelo perfil @ifinancas_baiano no Instagram, expande o alcance da proposta, divulgando dicas, sugestões e orientações práticas em linguagem acessível. Esses conteúdos objetivam multiplicar o conhecimento junto à sociedade, por meio de postagens criativas e contextualizadas que ampliam a ação educativa para além dos muros da instituição. Uma ferramenta central é a planilha de controle orçamentário familiar, disponibilizada como Recurso Educacional Aberto (REA), acessível e adaptável. A iniciativa alinha-se à Base Nacional Comum Curricular (BNCC), que reconhece a educação financeira como tema transversal, e à Estratégia Nacional de Educação Financeira (ENEF), além de apoiar proposições legislativas em tramitação, como a PL 1510/2025 e a PL 2747/2024. Como ação estruturante de extensão, será implementado o Núcleo IFinanças, que oferecerá acolhimento e orientação a pessoas em dificuldade financeira, promovendo a cidadania econômica e a inclusão produtiva. Por meio desta proposta, o IF Baiano reafirma seu compromisso institucional com o ensino, a extensão e o desenvolvimento em consonância com as demandas sociais, econômicas, culturais e territoriais, conforme seu Plano de Desenvolvimento Institucional (PDI).