AGRICULTORES FAMILIARES E ÁREAS DE PROTEÇÃO AMBIENTAL NO BRASIL

  • Miria Cássia Oliveira Aragão Universidade Estadual de Alagoas
  • Claydivan Wesley dos Santos Souza UFSE
  • Claydivan Wesley dos Santos Souza UFSE

Resumo

Por muito tempo no Brasil houve, e ainda hoje há, uma série de dúvidas e
confrontos sobre a utilização de conceitos que designem os sujeitos sociais rurais. É comum
a confusão diante de tantas definições surgentes ao longo do tempo. Dentre diversas
abordagens as interpretações de Abramovay (1998), Wanderley (1994) e Sabourin (2009) se
destacam. O objetivo desse trabalho foi o de traçar um panorama teórico sobre as
modificações no ambiente e na organização social dos agricultores familiares brasileiros. A
abordagem centrou-se na pesquisa bibliográfica. Os resultados apontam para uma intricada
relação entre agricultores familiares e áreas protegidas, desde a transformação das ultimas
décadas do meio rural brasileiro com a valorização de ambientes naturais, sobretudo, por
questões ecológicas, turísticas e atividades não relacionadas à produção agrícola,
interferindo na utilização tanto concreta quanto simbólica do ambiente e pautada na
concepção de exaustão dos recursos. Contudo, faz-se necessário, evidenciar organizações
sociais de agricultores familiares que são enraizados nas estruturas de reciprocidade e
pertencimento que tecem estreita interligação com o ambiente e com os recursos naturais.
Portanto, não se pode compor um bloco homogêneo na composição dos agricultores
familiares brasileiros, bem como, no tocante as unidades de conservação os mesmos podem
causar, mas também podem sofrer graves impactos ambientais oriundos da instituição de
áreas protegidas.

Referências

Referências

ABRAMOVAY, R. Agricultura familiar e desenvolvimento territorial. Relatório de Consultoria. IICA.

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Publicado
2015-04-21
Seção
CIÊNCIAS HUMANAS